segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Na Rota dos Orixás

Hoje assisti novamente ao documentário Na Rota dos Orixás, de Renato Barbieri, disponível no youtube. Ninguém é o mesmo depois de passar por essa experiência. Aproveite a vida e desfrute da tecnologia, vai lá, olha também. Se preferir, também tem o vídeo da final de A Fazenda. Cada um sabe de si e da sua construção intelectual.
Imagine saber que no dia do seu aniversário tem alguém no outro lado do oceano que canta parabéns. É assim que sinto. Do outro lado do Atlântico tem um povo incrível que preserva as tradições brasileiras como o carnaval, o bumba-meu-boi (embora com outro nome), a festa do Senhor do Bonfim conforme calendário da Bahia, se autodenomina brasileiro e a gente nem sabe dessa homenagem. São os agudás, ex-escravos africanos que retornam a África depois de abolidos. Nunca se viu a África como ela é mostrada nesse documentário, que se passa em Benin e na Nigéria e mostra a troca de culturas entre os dois povos. Sabemos alguma coisa da cultura africana influenciando aqui, mas o contrário, muito pouco. Que África bonita que mostraram. Chega de África como sinônimo de miséria e guerras. Ninguém vai respeitá-la enquanto não conhecê-la. Tudo incrível!
Uma senhora (antropóloga, se não me engano) diz algo que se deve pensar: não se deve ver a escravidão dos africanos somente como uma coisa ruim. Se permitiu a união dos povos africanos e americanos, o Atlântico não serviu só para separar esses continentes, mas para uní-los. Parece que o temor de uma interpretação racista ou escravagista desse ponto de vista desperdiça-o. É possível sim, fazer essa leitura, desde que não de forma romântica ou alienada.
Mas, pra ser um pouquinho clichê, não se culpe (ou se culpe, enfim) de não saber onde fica Benin no mapa. Nas aulas de Geografia e História, nunca ouvi falar desse paizinho espremidinho entre Togo, Nigéria, Burkina-Faso e Niger, com uma pequena costa no Atlântico. Com lutas tribais, que teve um reino poderosíssimo, o Fon de Daomé e que na época do mercado escravo povoou o Brasil, não recebendo deste mais do que relho e trabalho, mas que voltou pra Benin levando o que o país tinha de bom . Estou muito gosmenta?
Não conhecemos as origens dos povos brasileiros. Fala-se em África como um grande país, em que tudo é igual e uniforme na sua pobreza. Eu me preocupo se os professores de Geografia e História, enfim, esse "guardiões dos estudos de identidade nacional" nunca falam disso. Aprendemos inutilidades, é só o que posso pensar.
E lamento que os afrodescendentes todos não possam conhecer essa história. Não basta colocar meio forçado um artigo sobre Zumbi no livro e achar que está valorizando a cultura africana. Mas quem vai ensinar isso? Melhor estudar a revolução francesa.

sábado, 15 de agosto de 2009

Edir Macedo, clarividência e picaretagem

Pasmem diante da minha clarividência. O texto a seguir, foi escrito há umas duas semanas para publicar no blog. Não é que o bolo fecal foi atirado no ventilador?

“Cada vez mais me convenço de que o Bispo fundador da Igreja Universal, um dos maiores empresários do Brasil, é o meu líder espiritual. Espírito num sentido restrito de conhecimentos e pontos de vista. Além da Record (aberta, news e rádio), o Bispo tem Correio do Povo, Guaíba (rádio e TV), além de outros que não acompanho. O problema é que se instala uma concorrência entre um homem que foi acusado de ser o maior 171 da fé (lembro de um vídeo em que ele aparecia na maior farra com os amigos num hotel de luxo, por conta dos fiéis, e que lhe rendeu uma imensa polêmica, depois ele pediu aos fiéis pra não assistirem TV dizendo que era coisa do diabo) e a emissora dos Marinho e Sirotsky (aqui no Sul). Quanto a estes, não preciso nem falar, todos conhecem a trajetória nebulosa da Grobo e o lixo de programação que tem a RBS. E aí eu penso: depois de tantos anos de manipulação pela Grobo/RBS, teremos um novo reinado de manipulação da Universal Empreendimentos? A resposta é: acho que sim.
Sei que essas empresas são compradas com o dinheiro dos fiéis e, a menos que Deus esteja passando o ponto da sua imobiliária divina para o Bispo, essa grana não está comprando nenhum terreno no Céu. Mas, o fato é que não percebo os valores da Igreja Universal permeando a programação da TV Record, nem os jornalistas da Guaíba levam jeito para missionários. Isso me faz pensar que o Bispo ou não está a fim de uma conversão em massa, ou não está nem aí pras empresas, para as quais ele garante o capital e recebe o lucro, mas quem manda é o jornalista mesmo, e diplomado! Se for assim, ponto pro Bispo.
Quando digo que não percebo os valores da Universal na programação, quero dizer que as empresas de comunicação de Edir não fogem dos assuntos menos “morais” e aí tem de tudo: desde um jornalismo mais científico (Record News é um bom exemplo) a baixarias do tipo do antigo programa do Márcio Garcia. Tudo tem um lado ruim.
Já me perdi tanto no assunto que nem sei por onde recomeçar. Ah, sim. Será que o Edir me manipula?
Não sei. Mas nos tempos atuais em que se usa da manipulação pela mídia (a Grobo perdeu a mão e tá no limite da doutrina neo-fascista) pra atingir um público grande e vender mais, as empresas de comunicação do grupo Record não estão enchendo a cabeça da gente. Ou será que eu estou enganada? Pelo menos nunca tive vontade de entrar numa igreja Universal. Se o Bispo quisesse, com a grana que tem, com o poderio que é um meio de comunicação e as técnicas de persuasão e mensagem subliminar, estava arrastando todos pra dentro das Universais da vida e enchendo ainda mais a burra de dinheiro. Acho que ainda tem algo de ético no Bispo.”
Depois dessa demonstração da minha mediunidade e poder parapsicológico, ofereço meus serviços: trago seu amor em 7 dias. Só cobro o preço das cordas.