quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Difícil é ser gaúcho

Gaúcho é aquele que nasce no Rio Grande do Sul.Eita povinho mais bitolado. Uma das razões para essa falta de luzes do sulriograndense é certa emissora de TV entitulada RBS. Afiliada à Rede Bobo, essa emissora regional é cria "cuspida e escarrada" da sua progenitora. Deu vontade de dizer que ela é a perfeita filha da puta, mas sou uma professora de respeito e não digo isso..
Pra quem não é gaúcho, catarinense ou paranaense, é difícl explicar o que é, por exemplo, azedar o almoço de três estados com o ofídico e nauseabundo Jornal do Almoço. Imagine escolher a dedo as bruxas mais ensebadas e mal-trajadas e os mafiosos mais senis e encarquilhados dos piores filmes de terror e vigarice. Esses são os apresentadores do Jornal. Tem uma múmia disléxica e "amedrontada" que faz comentário econômico, um senil que não diz nada com nada e canta durante preciosos dois minutos no comentário esportivo (a gente tem pena, o vovô, coitadinho, não aceita a aposentadoria), uma anoréxica na previsão do tempo. É o circo dos horrores. Horror mesmo é o principal comentarista político, o qual não direi o nome porque acabei de jantar. Um pit bull reacionário de extrema-direita, o cara mais moralista que já tive notícias (eu detesto moralilstas), hipócrita e falso pra c... Isso tudo (e muito mais) em um único jornal eletrônico. As reportagens no interior, notoriamente de encomenda, mostram como o Rio Grande do Sul é branco. Preto, só nas reportagens sinistras sobre o crack. Juro. Não se dá crédito a preto nesse arremedo de jornalismo. O material sobre as colonizações alemã e italiana deve ser o maior do mundo. Sempre vão a uma "simpática cidade do interior, colonizada por alemães/italianos, com farta gastronomia e povo muito alegre e hospitaleiro". A bandalha não pára por aí.
Tem um advogado que apresenta um programa de culinária, misturando o jargão jurídico com bóia. Não estou mentindo. É a Ana Maria Braga de gravata borboleta e anel de pedra vermelha.As receitas, invariavelmente, são coisas óbvias e, esta que vos posta, acha os pratos todos iguais e fáceis demais. Prefiro o Olivier. Hummm...
Tem ainda um jornalzinho sensacionalista apresentado depois do fantástico, com forte apelo sensual. Sempre tem reportagens sobre drogas, sexo, violência.Tudo mesclado com indignação dos apresentadores. O horário (pós-Fantástico) permite que se mostre tudo. Nossa! E misturar esses assuntos estimula a libido do telespectador.Eles sabem disso, e aproveitam.
É claro que os jovens gaúchos, que são skatistas de manhã, emos à tarde e gaudérios à noite, não ficam de fora da programação. Tem um programa que dá aos sábados, no início da tarde, quando estão acordando os adolescentes médio-classistas. Nem tentem entender.É fútil e sem-graça. Um meio pelo qual se faz apologia a seus funcionários e programas. É um Video Show de botas e bombacha. Nem comento os patéticos apresentadores.
Tem o supra-sumo da chatice da tv brasileira e, quiçá, mundial: os especiais. Tem um que é pra mostrar os curtas produzidos no sul. Só lixo, histórias imbecis que não contam nada, não dizem nada, não refletem nada, nem mostram nada. Incrível como um trouxa com uma câmera pode fazer tanto estrago. É de chorar. Tem outro, no mesmo estilo, que mostra as lorotas que o povo do interior conta. Povo do interior é sempre visto como um ingênuo tão babaca que acredita em lobisomem, fantasma de um escravo morto e por aí vai. E sempre gente branca e limpinha falando. É interessante a quem estuda ver como alguns rituais de religiões africanas são abordados e mostrados. Mas nada supera o especial de Natal: histórias "reais" que o telespectador manda por carta, depois conta tête a tête, passa aos sábados, etc., etc., tudo regado a lágrimas e sotaque de Cazias. Pena o leitor não poder ver minha imitação dessas histórias (quando faço o sotaque de Cazias, até eu acho que estou possuída por um "gringo-velho", entidade dos cultos caucaso-brasileiros). Tudo começa assim: Naquele tempo a zente era criança, né, e os pais não tinham condições, né, de dar presente pra nós, né...e naquele ano...E aí vem uma historinha repetitiva, sempre envolvendo presentes e Papais-Noeis. Acho que os judeus donos da emissora não gostam do Natal, e promovem essa desabonação da data cristã de propósito. Deve ser um tipo de vingança pela histórica perseguição ao povo judeu. Se for, no balanço das contas, eles ainda devem 3 holocaustos e uns 450 anos de escravidão, só pela criação da RBS.
Ser gaúcho não é fácil. A criação do mito do gaúcho veio tarde demais, pela literatura. A nossa revolução mais alardeada foi uma farsa, o estado "celeiro do Brasil" é o pior em produtividade por manejo inadequado de terras, a governadora do estado processa o próprio vice e nossos homens têm fama de gays. Ainda por cima, temos a RBS.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Obesidade, Unimed, agendas perdidas ou como é sempre melhor pagar particular

Eu detesto esse troço de promessa de ano novo, acho clichê, piegas, fútil. Mas, metas para o ano novo é bem diferente. Determinar metas viáveis e com data marcada para o que for possível é organização temporal, que está ligada à organização mental e, portanto, à saúde mental também.Às vezes é preciso deixar as ideologias de lado e tratar a própria vida como uma empresa (argh). Já que eu tinha tantas coisas a fazer eu resolvi marcar data na agenda pra cumprir o passo a passo de algumas delas. O problema é que não sei onde andam as minhas agendas. Eu ganho, invariavelmente, agendas no início do ano, mas elas acabam o ano branquinhas tal qual começaram. Eu esqueço que as tenho, não as uso. Quem não me conhece, que tenha uma noção da minha desorganização. Porém, uma coisa que dá certo é a agenda virtual. Uma planilha do Office já é suficiente. Enquanto o site não carrega, fuço na agenda. É um tempo que se tem de ficar paradona na frente do computador, então é bom otimizá-lo (o tempo) dando uma olhada nos compromissos. O primeiro foi marcar uma consulta na endocrinologista, já que, como direi...estou ligeiramente acima do peso. Ligeiramente mesmo. Só dou um pulinho na balança, olho ligeiramente atravessado e saio correndo ligeiramente. Marquei na agenda um dia pra isso: 04 de janeiro. Liguei pra uma endócrino famosa de Pelotas. Estava agendando a consulta, já me sentindo mais magra, até que a secretária perguntou: qual o motivo da consulta... é pra perda de peso? Sim, também. Ah, não, ela não faz tratamento para emagrecimento pela Unimed, só particular.Pela Unimed, só doenças. Daí eu desliguei frustrada e visivelmente mais gorda.Peraí um poquim. Ela define a doença que vai tratar ou não em determinado plano? A Unimed não pagará a ela igualmente se for uma consulta para perda de peso, controle de diabetes ou tumor na tireóide? E se eu estiver com alguma dessas doenças, já que são tão associadas à obesidade? A mulher nem me viu, não perguntou de meu peso, eu poderia estar obesa mórbida e, portanto, correndo risco de vida. Obesidade não é doença? Isso pode, legalmente? Senti-me discriminada. Há muito tempo que já tivemos que aprender que alcoolismo é doença, tabagismo e drogadição, idem. Mas obesidade, pelo jeito, ainda é coisa de gordinha sem-vergonha que não emagrece porque não quer.Era de aquários, como diria Marcelo Tas. Hoje mesmo comunicarei a Unimed oficialmente sobre isso. Por fim, marquei com outra endócrino e já to de dieta pra não passar vergonha quando for consultar.Só quem é gordinha(o) entende isso.
Já to meio dasacorçoada com meu teste de proficiência de francês: será que vão me aceitar? E o meu projeto de mestrado, será que terei de pagar particular?(cá entre nós, com a prova de mestrado que fiz ano passado sem bibliografia, acho que teria de "pagar particular" pra passar mesmo).E minha carteira de motorista? Essa sem pagar que eu não faço mesmo. Assim fica difícil essa gordinha sem-vergonha cumprir suas metas em 2010.Ah, um feliz 2010 pros leitores e, lembrem-se: pague particular.