segunda-feira, 6 de julho de 2009

A política é um caminhão carregado de paralelepípedo

Não sei se vale a pena fazer política de um jeito competente e honesto, sem a menor intenção de ganhar votos e dinheiro. Falo da política que se faz no dia-a-dia, com as pessoas da família e com os conhecidos. Logo vi que os políticos não fazem política m... nenhuma. Fazer política cansa, esgota e deixa uma sensação amarga de missão nunca cumprida. Nenhum político que tenha um sorriso estampado no rosto, faz política. Política estressa, deprime. Pode ser que não deprima na Suíça ou na França, com exceção da sua direita ultra-radical, mas neste país, a política é de arrasar. Acordos secretos não cansam, dólar na cueca até diverte. Quero ver encarar o povo e meter-lhe na cabeça qualquer consciência cívica (isso não é um termo da ditabranda?), de direitos e de justiça, explicar-lhe a consequência de seus atos nos outros,dos atos dos outros na sua vida, mostrar-lhe a incoerência das coisas e o entrave que é toda a sua superstição frente aos acontecimentos do mundo, enfiar-lhe nos cornos uma idéia de civilidade e sociedade. Fazer o povo pensar, eis o que é política. Não me fale em encontros com o partido para definir pré-candidatos. Isso é maçonaria. Falar para meus iguais coisas que eles estão cansados de saber. (Definirmos entre nós o que nos será conveniente) Política não se faz nas câmaras, nem nos gabinetes. A verdadeira política a gente faz primeiro na gente, depois nos outros, cara-a-cara. Ando esgotada, chateada e pensando em abandonar a política. Algum imbecil, provavelmente um ocupante de cargo eletivo, diria que eu não tenho vida política para abandonar. Quanto se enganaria tal imbecil.

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