segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A relativização das coisas

Acabo de me juntar a turma de John Locke. EStudando para fazer meu pré-projeto de mestrado, dei-me conta de que o empirismo é uma boa. SImples assim? Quem dera.
John Locke teve a chance de expor suas ideias sem ser queimado vivo. Nasceu em 1632 na Inglaterra e defendia o liberalismo. EI, calma aí, isso não é tão ruim, não pra época. Ser liberal era defender a liberdade, especialmente a religiosa. E pensando sobre esse filósofo é que caiu a ficha. A razão deve estar na base do pensamento, deve ser o princípio a ser seguido, mas não deve se sobrepor ao empirismo. Entre outras coisas, podemos associar essa ideia à relatividade das coisas. Por quẽ?
Pra começar, partimos do conceito de bom. Isso é mais ou menos universal. Sabemos que sentir dor é uma coisa ruim. Um pai sabe disso e, usando a razão, quando o filho temia, não lhe dá uma palmada, um beliscãozinho. Porém, ele percebe que o filho tem seu comportamento piorado. Toda a vez que teima, recebe o que quer e se torna um manipulador. O pai muda de estratégia e passa a dar uns tapas na bunda do capetinha. Pronto, o guri começa a ter um comportamento mais "adequado". . Felizes para sempre? Não, isso não é conto das "Mil e uma noites" nem contos da Condessa de Sègur. Não existe verdade absoluta. Caimos no relativismo. Essa psicologia havaiana (não conhecem? quando a criança teima, pegue uma sandália havaianas...) até tem fundamento... lá na Idade Média. De novo, relativizamos. Um cidadão "forte" que fosse acostumado a pancadas e se adaptasse a não questionar, é o ideal medieval. Mas no século XXI não. Experimente tratar um filho a pancadas. Além das leis que não permitem, terás um cidadão indesejável.
Enfim, tudo deve estar subordinado ao empirismo, à experiência, à prática. A razão deve ser o princípio, pra evitarmos relativizações ainda maiores.
Mas nada é absoluto. Pense melhor. Um indivíduo dependente químico. Já tá naquela fase de roubar pra usar e de bater na mãe pra tirar dinheiro da véia. É internado 15 vezes nas melhores clínicas, que usam os métodos mais modenos e infalíveis. Nada dá resultado. Um dia, entra numa Igreja Evangélica e sai totalmente convencido a mudar. Nunca mais se droga e vira um bom cidadão. E aí, a razão não explica.
AH, agora esse mesmo cara vende as coisas de dentro de casa pra dar pra Igreja. Mas isso é outra história.
Nas leis, essa regra do empirismo deveria ser usada (imagina que farra!). As leis existem pra serem cumpridas. Mas quando estão trazendo mais entraves burrocráticos do que proteção ao cidadão, deveriam ser relativizadas. O problema é que a sociedade ainda não está num estágio que mereça ter justiça. Ou está?
Essa p*&%&*$## da relativização me deixa confusa.

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