segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Infância anos 80 e 90

Como somos saudosistas! Vivemos na ilusão de que a nossa infãncia foi boa, que os anos 80 e 90 foram os melhores até mesmo em matéria de, pasmem, música! Até pouco tempo atrás eu "pensava" assim. Pense bem, você que tem entre 35-20 anos.Tínhamos uma manhã inteira de alienação televisiva nos programas infantis.
Olhávamos a Xuxa. Ela nos dizia como tínhamos que ser: ultra-magras, estar na moda, ser ricas e compar os brinquedos da sua marca. E a partição menino CONTRA menina? Pra falar o mínimo da messalina do satã.
O que era o Sérgio Mallandro? Um imbecil se passando por louco (só se passando) e apresentando um programa de quinta onde a principal atração era a gritaria. E goela pra que te quero!!! No fim, abria-se a porta dos desesperados (paródia de outro programa que nos comovia e fazia saltar nas noites de domingo)e uma pobre criança tinha seu sonho de ganhar uma bicicleta depedaçado por um monstro que a assustava. Meu Deus, onde estava o Conselho Tutelar? Os direitos humanos? A Polícia Federal? O ECA? Ou mesmo o PETA?
No gênero clássico-branco-judaico-cristão-ocidental-sem-sal, tínhamos a Angélica. A Sra. Luciano Huk é o supra-sumo da antipatia, da falta de talento e da vulgaridade de linguagem(no sentido de popularesco e cheio de vícios das telenovelas) Ninguém na televisão brasileira tem até hoje, uma linguagem menos própria do que a musa dos taxistas. É um misto de texto do Manoel Carlos com Zorra Total. O Luciano já disse que ela olha TV 24 horas por dia. Tá comprovado que faz mal, ela é a tese ambulante disso. E quem lembra dela tendo nojo da plateia de infantes no programa da Angélica e depois, no pastelão Video Game?
E a Mara, hein? No meio de louras aguadas a morena arrebatava multidões... de marmanjos. Mostrou a Maravilha na revista, em plena carreira como apresentadora infantil, apresentava um programa clichê, era a mais "povão" delas, teve aquela trajetória esperada de toda celebridade instantânea: fama, glamour, decadência, drogas, álcool, casamentos, igreja evangélica e conversão. Amém.
Eliana parece a única a ter dado mais certo profissionalmente. Era (e é) a mais bonita de todas, simpática e autêntica até o ponto em que dá pra ter autenticidade nessa pofissão, ou seja, 2, numa escala de 0 a 10.
Todo o mundo acha a sua época infantil a melhor simplesmente porque o seu interior estava melhor. A época não importa, o exterior não importa, o que importa é como está o interior da criatura. Há publicações (e eu vou achar pra postar aqui) de desenhos e outras manifestações de crianças dos campos de concentração nazistas (as que sobraram por engano)que mostram uma infãncia feliz. E você, já superou o trauma de não ter tido um autorama?

Um comentário:

  1. Lendo este texto dá pra pensar: as épocas mudam, as pessoas não. Acho que as apresentadoras representam muito bem a efemeridade da fama junto com a capacidade de decadência de cada um. Posso imaginar uma apresentadora dessas gorda, cheia de rolos de cabelo na cabeça, fumando um cigarro enquanto prepara o rango para o merido que está por chegar do trabalho. Mais do que desiludir as crianças, elas eram responsáveis por vender um estilo de vida que não poderia ser alcançado pelo público médio do programa. Parabéns.

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